29 maio 2012

InterFaces...


Lugares cheios de gente… são de todos e não são de ninguém…
Uns passeiam calma e lentamente porque tem imenso tempo, outros passam num voo veloz pelo corredor, porque estão atrasados para outro voo ainda mais veloz…
Mas ninguém se importa, ninguém liga.
Cada um está por si, procurando orientar-se numa selva de pessoas, que andam num frenesim de corredores e terminais, procurando indicações do seu destino, por meio de letras e números codificados de mil e uma maneiras…
Aos altifalantes vozes ecoam que “os passageiros X e Y estão atrasados para o voo Z”… que está a decorrer “a última chamada para o voo com destino a…”

Milhares de rostos com corpos ali se cruzam diariamente… mas os olhares desses rostos raramente se encontram…
Rostos… que cada um tem um destino em mente… cada um sabe para onde vai, mas muitos nem fazem ideia para o que vão…
Para uns já é uma rotina, mais uma viagem, mais um voo… para outros é uma aventura, ir conhecer algum sítio novo e isso vê-se no seu rosto entusiasmado.

Aeroportos são sempre sítios fantásticos, por tudo! As gentes, o ambiente, o movimento, a ideia de ir viajar, de partir, de chegar... lugares vivos, 24 horas por dia… Espaços multiculturais, com imensas pessoas de um lado para outro, turistas, pessoas de negócios, pessoas com pressa, pessoas na calma, bagagens, uma quantidade infinita de línguas diferentes que se ouve falar...
Aviões para todos os destinos, pessoas de todos os tipos, aquele frenesim da despedida até não se sabe quando, aquela ânsia de ir e voltar, chorar de alegria por rever pessoas que chegaram agora… férias, viajar, milhares de destinos no mundo...
 

Sítios de emoções, vibrantes, que gritam, que têm o coração a bater, lugares cheios de tudo e de todas as emoções... lugares vivos! 
Milhares de destinos se cruzam todos os dias, nesses lugares híbridos, cheios de vida, cronometrados ao minuto, onde os ponteiros do relógio governam as horas, os dias e a vida…

Lugares de todos e de ninguém… lugares de encontro, de chegada e partida, que simbolizam sempre um marco na vida de quem os visita. 
Seja lá qual for esse marco e qual a sua escala, intensidade ou importância.

Mas são lugares aos quais é impossível ficar indiferente, são vivos! 
E nunca morrem… porque ali o tempo não tem fim… ali o tempo é vivo… e assim nos faz sentir… porque há sempre mais um voo que podemos fazer…

13 maio 2012

"Freedom"... a floating scuplture...


Are we still able to stop, to meditate? To be glad and daydream? To be fond of the ancient power of water and wind? 

Are we able, do we want to associate ideas if today's sculptors offer ideas and visual thoughts to be associated?
Should we stop or keep running? By which may we gain more?


The glass object swimming on the water and bearing the reflection of its environment embodies our desired freedom. 
As a giant bird it would like to take wing just now and to forget about every trouble on earth.
Free, moved by the wind, it shows through its meditative movement that the world might also be thought of like that, there may be perhaps intellectual and spiritual tasks which are more important than everything else in the drifting of everyday routine.

And if we stop, are we able, do we want to actively take part in the composition of the accompanying world's movement into an image?
Are we able to abandon ourselves to the joys of interactive creation?


The sculpture created by the means of "minimal art" thus without instruments offers virtual image elements. 
Walking round the sculpture we ourselves may produce a steadily changing, film-like series of images depending on our intellect and visual ability. 
The spectator is not a sufferer of the sculpture but an organic associate creator of the artist.
The two glass sheets sloped connect the heaven with the earth.
Their transparency lets us see through thus background and foreground may be parts of the new spectacle at the same time. 
The events happening behind the sculpture may enter into the virtual image faintly occurring on the glass surface; they may become moving participants in it.
The non-reflecting surface also operating as a projection screen enables the live filming of the Sun's movement.
Thus a virtual bridge is being built between all components of the environment.

András Bojti
sculptor 

"Freedom" sculpture, Budapest, Hungary