20 fevereiro 2009

Experiência...


Desde sempre que se estabeleceu entre o Homem uma comunhão total com a natureza... e dantes, as respostas às coisas eram facilmente encontradas na experiência, pelos aspectos mais lógicos e básicos que sempre floresceram...


Hoje... tenta-se descobrir a resposta a tudo através dos mais avançados meios científicos e tecnológicos, só para mostrar que estamos numa era realmente moderna, e que somos super avançados...
Mas acabamos sempre por arranjar soluções que depois nunca funcionam...

E no fim concluímos as mesmas coisas que já ancestralmente eram dadas como certas... porque no fundo, as pessoas mais antigas conheciam as coisas em profundidade, na sua totalidade, de raiz.
Agora temos os meios, mas não o conhecimento.

Não temos o conhecimento profundo das coisas, e é só isso que lhes dá resposta.
Tentamos fingir que atingimos o conhecimento pelos meios, mas os meios não são mais do que meros instrumentos...
O que necessitamos é de experiência, contacto directo, comunhão real com as coisas...
Tenta-se dar a volta às coisas, de arranjar outras soluções, e algumas estão à vista mais desarmada possível!
Simplesmente quer-se fingir que essas soluções não existem, ou justifica-se que são arcaicas, para tentar iludir as pessoas de que a tecnologia e os novos meios de investigação são realmente indispensáveis!

Mas na verdade, são só ilusões... porque o conhecimento vêm da experiência...
E se desde tempos ancestrais... durante tantos séculos e milénios, as pessoas estudaram e comprovaram pelo intenso e directo contacto com a natureza certas coisas... qual a credibilidade da flácida tecnologia, que não tem mais de meia dúzia de anos?

17 fevereiro 2009

Encerrando ciclos...

Precisamos sempre de saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver...

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos… não importa o nome que damos, o que importa, é deixar, no passado, os momentos da vida que já se acabaram...

Podemos passar muito tempo perguntando a nós proprios, por que é que isso aconteceu. Podemos dizer para nós mesmos, que não daremos mais um passo enquanto não entendermos as razões que levaram, certas coisas, que eram tão importantes e sólidas na nossa vida, a serem subitamente transformadas em pó...

Mas essa atitude apenas será um desgaste imenso para todos… para as pessoas com quem vivemos, amigos, familiares… pois todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que nós estamos parados...

Ninguém pode estar, ao mesmo tempo, no presente e no passado! Nem mesmo quando tentamos perceber as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará...

Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem, noite e dia, uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor possibilidade de voltar…

As coisas passam, e o melhor que fazemos, é deixar que elas realmente possam ir embora…

Por isso é tão importante, por mais doloroso que seja, destruir recordações, mudar de casa, dar coisas que já não precisamos, vender ou doar roupa, objectos que temos...

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração… E o desfazermo-nos de certas lembranças, significa também abrirmos espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora, soltar, desprender-se...

Ninguém está a jogar nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos…

Não devemos esperar que nos devolvam algo, que reconheçam o nosso esforço, que descubram o génio q há em nós, que compreendam o nosso afecto pelas coisas… porque na vida, ninguém atinge a glória merecida…

Devemos parar de ligar a nossa “televisão emocional” e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como sofremos com determinada perda… isso só nos envenena, nada mais...

Devemos encerrar ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba… mas porque, simplesmente, aquilo já não se encaixa mais na nossa vida...

Fecha a porta, muda o disco, limpa a casa, sacode a poeira.

Deixa de ser quem eras, e transforma-te naquilo que és…

Diapositivo 2

13 fevereiro 2009

Etapas da vida...

Ao longo deste nosso trajecto pela vida, apercebemo-nos de que ele é feito de simples etapas... que se sucedem umas às outras.
E em cada uma delas temos que encontrar o seu encanto, pois cada uma nos enriquece com algo que transportamos para a etapa seguinte...
Assim, cada etapa é uma oportunidade para nos enriquecermos.
Cada etapa é mais uma porta que nos vai abrir novos horizontes.
E quando uma etapa acaba, podemos ficar tristes porque foi difícil de a conseguir findar, ou tristes porque foi demasiado boa para já ter acabado.
Mas o que é certo é que ela fez parte de nós. E quer queiramos, quer não, o tempo não volta atrás... e por isso ela estará para sempre connosco.
Transportamos as vitórias e as derrotas de cada etapa sempre connosco. Transportamos cada etapa dentro de nós.
Como mais uma mala a juntar à bagagem que já tínhamos. E que nos vai ser útil para a próxima paragem, para a próxima etapa...
E por isso é que não devemos deixar nada para trás... Não devemos deixar as coisas a meio, porque se elas vieram ao nosso encontro, por alguma razão foi.
E não devemos achar que esta ou outra etapa não foram úteis, e não nos serviram de nada, porque não aprendemos nada com elas.
Nenhuma etapa é em vão. Em todas encontramos sempre algo mais que nos completa.
E por isso nunca devemos deixar nada para trás, nem deixar nada por fazer... porque tudo tem o seu propósito de ser... e marcou-nos...
Deixar alguma coisa para trás... só as pegadas...

05 fevereiro 2009

Robots e Fantoches...


Somos só um bocado de carne e osso com pernas para andar, que transporta em si o que de mais valioso temos nesta vida, a nossa essência, o nosso ser. Na verdade, a nossa aparência física é o simples embrulho animado de um ser com vida.
A nossa essência, o nosso eu, a nossa alma... isso sim, é o que conta. É ela que nos comanda.
É ela que sempre existiu, apenas vai passando de invólucro em invólucro, assumindo novas e diferentes faces.

Mas no fundo é sempre a mesma, apenas se vai moldando e consolidando nesse saltitar entre corpos, tomando posse dos movimentos destes, seus súbditos.
A alma salta ao longo da sua vida, pela vida de vários corpos, que não são mais do que pedaços físicos onde ela se aloja para atingir os objectivos a que se propôs nesta sua reencarnação.
Uma alma pode ter vários corpos, porém, um corpo só tem uma alma. Não existe mais do que um corpo com a mesma alma. É uma relação impiedosamente unívoca.

Não há prova mais real e verdadeira de que o físico, o aspecto, não importa. Porque é só fachada. Porque o que é realmente importante, é imutável através dos tempos, através das vidas e das reencarnações.
Por isso, é em vão que se enfeita o invólucro, ele é passageiro. Há sim que cultivar o seu interior, esse é que perdura, é aquilo que lhe dá vida nesta vida. E que há de dar vida a outro invólucro, noutra vida.

A alma não se aloja em determinado corpo por acaso. O que ela pretende não é mais do que alcançar os objectivos que esta etapa de vida lhe reserva. E o corpo é o meio para ela atingir os seus fins.
O corpo não é mais do que algo comandado pela alma, para esta conseguir obter o caminho que lhe irá indicar os próximos objectivos da reencarnação que se seguirá à presente.

Às vezes podemos pensar porque é que nos damos mais com certas pessoas, e porque é que gostamos especialmente delas... no fundo, tentamos perceber qual a razão de tanta química se afinal não as conhecemos assim tão bem, nem assim há tanto tempo!
E se calhar nunca pensamos que já conhecíamos aquela pessoa de outro sítio, de outro ambiente, e de outra vida.
Não desta.
E talvez seja aí que reside a explicação para a aparentemente incompreensível e imensa afinidade entre certas pessoas.

Devemos preocupar-nos mais com aquilo que somos do que com aquilo que temos no sentido material. O que temos, só deve ser importante no sentido mais transcendente de ascensão à nossa essência mais profunda.
Não importa o que temos nesta vida, não importa os objectos que o invólucro tem. Porque a única coisa que dele tem vida, é a sua alma. Ela é a única que vai permanecer depois de o embrulho se ter ido.

A vida não é mais do que o cruzamento de almas que re-emergem em corpos diferentes. Nunca morrem. Adormecem por uns tempos e, após profunda introspecção do que vão buscar desta vez, retomam-se energizadas noutros corpos.
Por isso, o que importa às almas quando vêem habitar um novo corpo, apenas mais um durante a sua longa jornada de vida infinita, é enriquecer-se progressivamente. De ideias, experiências, contacto com outras almas... Algumas ela já conhecia de vidas anteriores. Outras está a conhecer agora pela primeira vez.
E há de voltar a encontrá-las daqui a uma ou duas vidas mais tarde. Encontrá-las-a certamente mais experientes e conhecedoras. E com outras faces.

O que cada um de nós vem cá buscar a este mundo não é adornar-se nem enfeitar o seu invólucro, mas sim usá-lo como um meio de enriquecer o que lhe dá voz, o que é na verdade a sua essência. Porque as almas vêm e vão calmamente. E se o invólcuro desta vida não lhes oferece aquilo que elas vêm procurar dessa vez, simplesmente deixam-no. Sem dó nem piedade.

E partem para outro, que melhor saberá tomar conta delas e levá-las progressivamente à procura do seu caminho, do melhor caminho, desta vida, de todas as vidas, de sempre.
Em busca do caminho certo, aquele que as transporta para o seu destino.
Uma viagem sem princípio, e que o término nunca se avizinha na linha do horizonte.
Uma linha imaginária, de um destino sem fim...


01 fevereiro 2009

Tenho saudades...


Tenho saudades de vestir roupa de Verão, leve... de subir às árvores... daquele sol de Junho do meu oitavo ano de escola... daquelas férias da Páscoa que já lá vão há tanto tempo, aquele espírito de grupo, estarmos juntos...
Tenho saudades de coisas pequenas e simples... de estar na esplanada ao sol de Verão a beber um refresco e a ver o horizonte de mar... das longas viagens de carro, e das pessoas com quem ia...
Tenho saudades de adormecer numa cama de baloiço ao sol... daquelas tardes nas escadinhas da Madeira Torres... daquelas tardes de Verão, onde parecia que o Verão não tinha fim...
Tenho saudades da tarde de 11 de Abril de 2006... do jantar de 17 de Maio de 2008...
Tenho saudades de sentar num miradouro a ver a paisagem... da esplanada do cafézinho do CCB... de ver o pôr do sol, sentada numa falésia em Porto Côvo... de ver o céu estrelado à noite...
Tenho saudades de tantas coisas e de tantas pessoas... e saudades de estar longe do mundo...
Saudades de tudo e de nada.
Amei tudo. Mas ao mesmo tempo não queria que nada voltasse.

Embora estejamos nos mesmos sítios, basta as pessoas serem diferentes, que todo o contexto muda e já nada faz sentido.
Há sítios que continuam lá, mas simplesmente deixam de existir.
Tudo passa a ser outra coisa.
Já nada é mais o que era. Já nada é mais o que foi.
Embora tudo continue a ser o que é.