21 outubro 2008

Ciclos diferentes...


Ai... às vezes tem-se tempo para escrever e não nos sai nada... parece que a imaginação e inspiração só surge quando estamos mais atarefados... Mas bem, para escrever nem sempre temos tempo, enquanto que para pensar já é mais fácil arranjar um furinho no nosso espaço mental...
Sabe bem andar por andar por aqui a pensar... e ver que muito daquilo para que olhamos suscita sempre algum pensamento mais curioso, digno de registo.

Mas também é bom observar aquilo que vai connosco mesmos... os nossos dias... as nossas rotinas... pequenos gestos mecanizados dos quais podemos tirar prazer diariamente... sem qualquer esforço... bastando apenas para isso, saber apreciá-los e à beleza que lhes é intrínseca.

Observar como a simples transição de um ano lectivo para outro pode fazer diferença em tanta coisa...
Como o fim de um ciclo pode significar uma mudança para outro ciclo, diferente, mas igualmente bom.

Sabe sempre bem mudar... não é que se esteja mal, mas mudar faz parte dos ciclos da vida...
E soube bem mudar para este novo ano.
É melhor? É pior?
Não.
É simplesmente diferente.

Um ano com um temperamento mais maduro, em que conhecemos e lidamos com outras pessoas, além das que já conhecíamos. Pessoas diferentes, que sempre nos acabam por dar algo, e contribuir para que sejamos pessoas melhores.
E é engraçado pensar que ao princípio iria estranhar este novo ano... por várias coisas... por exemplo, por ser em termos de horário mais nocturno, etc... de certa forma achei que ia ser estranho...

Mas tal como tantas coisas na vida que podem dar prazer diariamente, também essa adaptação às novas horas foi gratificante.
Afinal, não estamos tão sós nessas novas rotinas quanto pensávamos... há muitas outras pessoas a fazer o mesmo que nós...
E se calhar antes nunca tínhamos pensado nisso...

E no fundo acabamos por sentir que existem duas vidas com rotinas paralelas que se tocam nas extremidades...

E é bom sair e sentir o ar fresco da noite... a cidade a tombar para o vazio... sentir a noite bem cerrada a envolver-nos... sentir o frio a bater docemente no rosto...
E como é agradável ao fim da tarde olhar sobre as traseiras de algumas casas mais antigas de Lisboa... e ao fundo ver a silhueta da Sé e o castelo a emergirem no horizonte, que por trás esconde o Tejo... num anoitecer onde a Lua Cheia emerge alta no céu estrelado...


1 comentário:

Luís disse...

Este ano já não está assim tão nocturno, não é? Mas como vai? É o que esperavas? Ou não tinhas grandes expectativas e só querias respirar fundo e esvaziar a mente? Dás-te a liberdade de começar um novo ciclo quando achas necessário? Como é que isso funciona? ( Os pontos de referência da minha vida, e dos outros porventura são esses ciclos, e este em que estou mudou muita, muita coisa de que ainda não me apercebi muito. Há já algum tempo que quero entrar num outro e sentir o frio a bater docemente na cara ).